MAGNO RIBEIRO
O poeta é um fingidor, finge tão completamente, que chega a fingir que é dor a dor que deveras sente
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TUDO EM TI ME LEVA A TI

 

Não sigo mais o mundo,
sigo teus passos.
Quando me perco, é em ti,
onde me encontro mais do que em mim.

 

Para que me serve a clareza da razão,
se é teu riso que ilumina meus abismos?
Que verdade há nas palavras escritas,
se é tua pele que me traduz o mistério?

 

Não invejo a falsa liberdade dos que caminham sós,
em busca de conquistas que não se comparam a ti.
Quero tua boca,
entreaberta no riso que vem do prazer,
e o calor que nos toma calado,
quando teu corpo se molda no meu.

 

Tu és o sol que incendeia sem ferir,
o calor que desperta minha pele em silêncio.
Teu toque é brisa que me possui devagar,
como um segredo que se insinua no corpo.
Ao teu lado, até a terra parece suspirar,
como se guardasse a memória da tua presença.

 

Já estive em muitos lugares,
mas nenhum foi tão inteiro
quanto teus olhos em mim.

 

A outros deixo o dever,
o peso dos dias contados.
Em ti, tudo é liberdade mansa,
uma desobediência que acalma,
um voo sem culpa
em céu que só nós conhecemos.

 

E mesmo após tantos ciclos do tempo,
quando em alguns outonos o tempo quis apagar os mapas,
nenhuma tormenta,
nenhum vento ingrato,
foi capaz de te levar de mim.
Tu permaneces.
Morando neste mundo que é meu,
mas que só é casa porque tu habitas.

 

 

No Post, Sinopse dessa Prosa Poética, e no fundo, a obra Moça com brinco de pérola , do pintor holandês Johannes Vermeer .

 

WITTEMBERGUE MAGNO
Enviado por WITTEMBERGUE MAGNO em 28/08/2025
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